segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brasilinha de Aécio!! Vizinhos do complexo continuam longe do progresso!

Perto do poder, vizinhos do complexo continuam longe do progresso

Estagnação persiste em bairros da capital e de municípios da RMBH, apesar da Cidade Administrativa e da Linha Verde


MAURÍCIO DE SOUZA

Centro Administrativo

Modernidade do Centro Administrativo contrasta com criminalidade do Morro Alto (dir), em Vespasiano



Maior conjunto de obras recentes em Belo Horizonte e Região Metropolitana, a Cidade Administrativa e a Linha Verde foram construídas com a promessa de que mais de 3,5 milhões de pessoas seriam beneficiadas. A previsão era de que 60 bairros das regiões Norte e Nordeste de BH, além de dez municípios - entre eles Santa Luzia, Vespasiano, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa e Confins - fossem contemplados com um novo ciclo de desenvolvimento, voltado para a expansão do turismo de negócios e eventos e a implantação de um polo tecnológico de padrão internacional. Mas, pouco mais de um ano após a inauguração da Cidade Administrativa, o cenário promissor parece distante de se tornar realidade.

O relato de autoridades e moradores mostra que os reflexos positivos anunciados pelo Governo de Minas ainda não puderam ser constatados. A afirmação unânime é que, até agora, o que mais chama a atenção é a especulação imobiliária.

O secretário de Meio Ambiente de Pedro Leopoldo, Mauro Lobato, destaca que a Cidade Administrativa e a Linha Verde não proporcionaram avanços para o município, a não ser uma verticalização concentrada no Centro da cidade. "Nossa infraestrutura permanece inalterada. Segmentos como saúde, segurança, comércio e educação, por exemplo, continuam como antes. Estão estagnados e nenhuma grande empresa se instalou na região".

Outro problema apontado pelo secretário é o aumento descontrolado dos valores cobrados pelo aluguel e pela venda de imóveis. "Os preços subiram mais de 1. As pessoas estão investindo sem considerar uma possível retração do mercado, que pode acontecer a qualquer momento. É um risco", alerta Mauro, lembrando que também não houve registro de novas ofertas de emprego.

Na esfera ambiental, o representante da prefeitura afirma que o Governo do Estado teria se comprometido a criar pelo menos quatro unidades de conservação para compensar o impacto das obras, além de corredores ecológicos para interligar essas áreas.


PEDRO LEOPOLDOMoradias precárias são maioria no Bairro Teotônio Batista de Freitas, em Pedro Leopoldo: nada de asfalto ou rede coletora de esgoto (Foto: Maurício de Souza)

Porém, segundo ele, a proposta não saiu do papel. "A ideia inicial era de que a instalação dos espaços garantiria o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental", explica. Mas apenas uma unidade de conservação - o Parque Estadual do Sumidouro, na divisa de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa - estaria sendo implantado. Mesmo assim, ainda em fase final de regulamentação fundiária.

Moradora do Bairro Teotônio Batista de Freitas, Maria Gonçalves Ribeiro, de 52 anos, considera que houve muita propaganda das obras e pouca ação social por parte do poder público. "Com a inauguração da Cidade Administrativa, a gente achou que pelo menos as ruas daqui seriam asfaltadas, e que o esgoto, que corre a céu aberto, seria coletado. Mas há um completo descaso com a gente", reclama.

Demanda crescente por infraestrutura


O pedreiro José Ribamar, de 61 anos, é morador do Bairro Nova Pampulha, em Vespasiano, a menos de um quilômetro da Cidade Administrativa. E diz não ver empenho das autoridades para reparar problemas crônicos no local, como a falta de urbanização e de pavimentação das ruas. "Nossa esperança é de que, devido à Copa do Mundo de 2014, tudo se resolva da melhor maneira. Afinal, os governantes estão arrecadando muito".


O secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Vespasiano, Ronaldo Marcelino, explica que por lá também houve grande especulação imobiliária. O comércio foi incrementado e novas lojas se instalaram na cidade. O aguardado "polo tecnológico de padrão internacional" anunciado pelo governo, porém, não emplacou até agora.


"A geração de empregos permanece estável. Ou melhor, há oferta de trabalho sem ganho de renda, pois a mão de obra não é especializada", diz o secretário. Mas ele afirma que a cidade experimenta um avanço considerável em determinadas áreas, como no saneamento básico.


Para o secretário de Desenvolvimento de Lagoa Santa, José Leopoldo Melo Corrêa, as inovações propostas pelo governo estadual ainda estão "em processo de implementação". Ele admite que o comércio foi aquecido, mas sem empresas ou indústrias para dar início à instalação do polo tecnológico. A criação de renda e empregos formais, diz, está estagnada.


"Temos um grande fluxo de pessoas e veículos que gera demanda de infraestrutura, como a pavimentação de ruas, mobilidade urbana e saneamento básico", explica José Leopoldo. A expectativa do representante da prefeitura de Lagoa Santa é de que, nos próximos dois anos, haja um crescimento no setor de serviços, com a instalação de hotéis, hospitais, faculdades e escolas técnicas no município.


Enquanto o "progresso" não vem, a balconista Adecisa Ferreira, de 24 anos, sofre com ruas de terra e falta de rede de esgoto. "O Centro e os bairros nobres se desenvolvem, mas a região periférica continua abandonada".


Nenhum representante de Confins foi encontrado para falar sobre a situação da cidade, comparada a uma "roça" por um morador que pediu anonimato. "Tudo é muito improvisado. Precisamos de postos de saúde, saneamento básico e serviços como bancos e escolas".


Fonte: Hoje em dia

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