terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mídia escracha escândalo que envolva PT e esconde os do PSDB

Ao lado do registro que faço aqui no blog das manifestações de reprovação da presidenta da República, do procurador-geral e do ministro da Justiça, não poderia deixar de alertar, também, para a continuidade do comportamento dúbio da mídia brasileira nesses casos (leiam, também, o Detaque do dia, Presidenta promete empenho emcoibir abusos, excessos e afrontas policiais).


Quando eles dizem respeito ao governo federal e áreas afins que tenham a ver com ele, um carnaval midiático, manchetes de 1ª e do alto das páginas internas e a máxima exposição e execração pública dos investigados e denunciados a partir do primeiro segundo do surgimento do fato, quando os implicados sequer foram julgados.

O manto de proteção a qualquer ação contra o governo leva ao ponto de uma colunista hoje, num dos principais jornalões do país, o Estadão, dizer que "nada, nem o modus operandi da Polícia Federal é mais grave do que as descobertas sobre o atrevido modus operandi dos corruptos". Quer dizer, se a denúncia ou ação é contra o governo, julgam defensável quaisquer métodos de ação da PF. Para ela, e para o jornal em que escreve, estão justificados.

As denúncias contra o PSDB são escondidas para desaparecer no noticiário


Já as denúncias, ou notícias sobre investigações de corrupção quando envolvem parentes de governadores ou lideranças da oposição, particularmente do PSDB, desaparecem do noticiário nacional - ou ficam no pé das páginas dos jornais ou nas páginas internas, perdidas em meio a publicidade. Na TV, então, nada, nenhuma palavra.

É o que se constata, hoje, por exemplo, em relação à notícia de que a Justiça estadual paulista recusou a ação civil movida pelo Ministério Público (MP) contra denúncia de fraude na merenda em Pindamonhangaba, terra natal de Geraldo Alckmin (PSDB) e na qual um cunhado do governador, Paulo César Ribeiro, e mais 18 são réus.

De acordo com o MP, Paulo seria, ainda, responsável pelo recolhimento de doações ilegais para campanhas eleitorais, em troca de benefícios recebidos da Prefeitura. O processo por improbidade administrativa foi protocolado na semana passada pela Promotoria, mas a 3ª Vara Cível de Pindamonhnagaba entendeu não ter competência para julgar o caso e caberá agora à Justiça federal decidir se aceita a ação processual.

E a coisa é noticiada em pílulas: o Estadão dava uma nota ontem, o Folhão outra hoje... ambas sem maior destaque. Cadê o tratamento isonômico que a mídia deveria dar aos dois casos, como mandam as normas e a ética que deveriam reger sua prática diária?


Blog Zé Dirceu

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