As Melhores do "Vai..."

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma propõe plebiscito para reforma política e anuncia pactos para o país

Perguntas para a Prefeitura de BH responder! Marcio Lacerda responde?

No momento do forte debate sobre a redução de tarifas de Transporte Público no país, ficam alguns questionamentos sobre este serviço em BH. Considerando os 5 anos de vigência dos novos contratos que tem previsão de 20 anos de duração pergunta-se à PBH:
Quanto de ganho houve pro sistema municipal quando sua frota deixou de ser de ônibus do tipo padron com suspensão a ar, motor traseiro ou central e voltou a ser de chassis de caminhão (motor dianteiro e suspensão feixes de mola) com carroceria de ônibus... os mais econômincos do mercado?


Qual o ganho real foi apurado quando a operação de linhas por empresas que tinham suas garagens distantes dos bairros atendidos passaram a ser operadas em situação de consórcio diminuindo essas distâncias a partir do compartilhamento das linhas?
Qual o ganho econômico das fusões e extinções de linhas em nome de uma suposta racionalização dos serviços com uma menor oferta de viagens para atendimento a uma crescente demanda de passageiros?
Qual o ganho pelo não atendimento e ou atraso às determinação estabelecidas em edital quanto à tecnologia embarcada que deveria ser implantada em até dois anos para aferição e garantia da qualidade dos serviços (SITBus)?
Quanto se ganha quando as obras de implantação de estações e corredores do BRT deixam de ser de responsabilidade das empresas e passam a ser totalmente assumidas pelo governo federal?
Quanto se economizou quando os cobradores foram substituídos pelos motoristas que acumularam a perigosa função de cobrar as passagens em viagens noturnas e de fins de semana ao mesmo tempo que dirige?
Penso que todas as ações apresentadas concluiram em ganho de capital, mas por que não foram revertidas em redução das passagens. Pra onde foi todo esse dinheiro? Com a palavra, a PBH, os empresários do setor.

@michaelrosa13 
Face: Michael Rosa

terça-feira, 4 de junho de 2013

Por que Aécio Neves só é "quase" candidato ao Palácio do Planalto

Um amigo questionou-me recentemente por que escrevi algumas vezes aqui no blog que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) é "quase" o candidato dos tucanos à Presidência da República na eleição do ano que vem. Lembra-me o amigo que a candidatura Aécio foi lançada há meses pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com toda a pompa e circunstância num encontro nacional do tucanato em Brasília.

Desde então - e até mesmo antes - Aécio é levado e vai a todos os lugares como candidato ou pré-candidato a presidente. Só não é ainda oficial, porque não chegou o momento de oficializar as candidaturas.
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Alckmin, Serra, FHC e Aécio
Explico-me, vamos por partes: Aécio não é ainda candidato e foi ele mesmo quem disse, ainda que não com estas palavras, que é quase candidato já que primeiro e mais decisivo nesse processo, ele precisa esperar as decisões dos governadores tucanos de São Paulo, do ex José Serra e do atual, Geraldo Alckmin, já que sem São Paulo sua candidatura não vai a lugar nenhum. Alckmin e Serra, derrotados por ele em Minas quando disputaram a Presidência da República em 2002, 2006 e 2010, não manifestaram até agora nenhuma simpatia por sua candidatura.

Quanto a apresentar Minas Gerais, que ele governou por oito anos, como modelo de gestão, como "vitrine" de sua campanha eleitoral  - tal como faz o presidenciável governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) com o seu "é possível fazer mais e melhor" - é dar com os burros n´água.

O governador Aécio quebrou o Estado, governou autoritariamente por leis delegadas impondo-se ao poder da Assembleia Legislativa e a única marca - ou a que ele mais faz questão de destacar de seus dois governos - é um tal choque de gestão, que nada mais é do que corte de investimentos, gastos públicos e de funcionários. Um fracasso rotundo, que prossegue na gestão do governador que ele elegeu, Antônio Anastasia (PSDB).

(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Não é o PT que precisa de óleo de peroba

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), dissidente em seu partido - ele e companheiros autodenominam-se da "ala independente" do PMDB - ocupou a tribuna do Senado nesta 2ª feira (ontem) para aconselhar o PT a criar a "Bolsa Óleo de Peroba" pelo que ele considera mentiras do governo no episódio da liberação de recursos do Bolsa Família. Vocês ainda se lembram, boatos sobre o falso fim do programa provocaram uma onda de saques há três semanas por beneficiários do programa que hoje contempla 13,8 milhões de famílias brasileiras.

O PT e o governo sustentam que a ação pode ser  obra orquestrada. Eu sei, esta é matéria vencida, já prestados todos os esclarecimentos, só falta agora a conclusão do inquérito instaurado na Polícia Federal (PF). Mas o senador Jarbas ocupou a tribuna do Senado Federal para tratar disso."O PT deveria criar o Bolsa Óleo de Peroba e distribuir entre seus líderes e integrantes do governo, tamanha é a cara de pau e a irresponsabilidade que têm marcado todo os personagens envolvidos nesse escândalo do boato sobre o Bolsa Família", aconselhou Jarbas.

Ele comparou a tentativa de atribuir os boatos à oposição a políticas de presidentes populistas e autoritários que "se valem da pobreza da população para continuar seu reinado de manipulações, como na Venezuela e na Argentina". Ou seja, foi governo progressista e minimamente à esquerda, Jarbas está contra... O senador disse ser impossível acreditar na versão do Palácio do Planalto de que não sabia da antecipação dos pagamentos do Bolsa.

Oposição é que em campanha sempre ameaça acabar o Bolsa

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Jarbas Vasconcelos
Ora, quem precisa de óleo de peroba é o senador. Que cara de pau tentar manter em evidência um assunto, um defunto já com mais de três semanas! Vamos ver nas urnas de 2014 como o povo de Pernambuco julga o seu mandato e sua aliança com o antigo arqui-inimigo, o presidente nacional do PSB e governador de seu Estado, Eduardo Campos.

Que direito o senador tem de julgar o que aconteceu antes da investigação da PF terminar? Quem colocou a carapuça desde a 1ª hora do surgimento do boato do falso fim do programa Bolsa Família três semanas atrás foi a oposição. Propalaram o boato e contribuíram para a sua máxima divulgação e duração.

Fora o fato de que o senador Jarbas Vasconcelos e toda a oposição são contra o programa que há anos atacam e criticam. Fazem-no sempre a cada campanha eleitoral nacional. Ameaçam extinguir o programa para depois passar o resto da campanha dizendo que não disseram isto. Sempre se opuseram.

O que aconteceu, a corrida ao banco (Caixa Econômica Federal e  lotéricas, agentes pagadores do benefício), só comprova a importância do programa e o erro grosseiro da oposição de não apoiá-lo e de acusar o governo de uso eleitoral.  A oposição, por sinal, usou e abusou, por exemplo, do Plano Real para ganhar eleição em 1994 e 1998 e o usa até hoje. Pura hipocrisia, choro de perdedor, portanto, esse discurso do senador Jarbas...

(Foto: José Cruz/ABr)

Não tenham ilusões: nossos adversários querem é mudar o modelo e voltar ao passado

O que está em jogo realmente na defesa fanática e ortodoxa de uma  taxa Selic maior como instrumento para reduzir a inflação, um maior ou menor crescimento do PIB ou o modelo desenvolvimentista? O modelo. Querem mudá-lo a todo custo. Para nossos adversários - e basta ler os editoriais dos jornais da direita conservadora para chegar a esta conclusão - é preciso mudar o modelo.

Não querem apenas subir os juros para reduzir a inflação. Até porque o dragão da maldade já dá sinais de recuo. Não nos iludamos, o que está em jogo é nosso projeto politico de desenvolvimento nacional e não apenas uma questão de politica monetária e/ou da autoridade e autonomia do Banco Central.

Para nossa oposição - vide o programa do PSDB em rede de TV semana passada e as declarações do senador Aécio Neves (PSDB-MG) -, temos que cortar gastos e aumentar os juros. Em outras palavras induzir, levar o país a uma recessão, logo agora que o PIB trimestral saltou de 0,3% para 0,6% e a inflação vem caindo.

O discurso e a proposta da oposição, lato sensu, não têm a mínima lógica. Eles oferecem ao nosso povo uma única opção: a de perder o valor de seu salário sempre, pelo desemprego e a recessão, ou pela desvalorização do dólar ou pelo aumento dos juros e corte dos gastos.

Mas a valorização do dólar pode levar ao aumento das exportações e a diminuição das importações, ao crescimento da indústria e do emprego e da renda. Já o corte de gastos e o aumento dos juros valorizando o real nos levarão apenas a um passado, a um dejá vú...

Corte de gastos e o aumento dos juros são sinônimos de retrocesso


Não se pode voltar a ortodoxia religiosa do tripé juros, câmbio e superávit. Voltar seria como se os últimos 10 anos não existissem. Seria apagar no Brasil o crescimento sustentável do emprego e da renda, do salario mínimo e do salário desemprego, dos benefícios da Previdência, da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), do Bolsa Família e demais programas sociais - enfim, anular o crescimento sustentável do país na última década.

Estaríamos simplesmente apagando o aumento extraordinário do crédito e a ascensão de dezenas de milhões de brasileiros à cidadania; a redução da pobreza; a política industrial e o papel dos bancos públicos; a política de inovação e educacional - o ProUni, o FIES (financiamento a estudantes), as escolas técnicas e a expansão das universidades; a política externa e a integração sulamericana; o PAC e um de seus principais programas, o Minha Casa, Minha Vida; o aumento do investimento público em energia, petróleo e gás; e o pré-sal e o novo marco regulatório do setor.

Não podemos retroceder também na distribuição de renda, no papel do Estado e dos bancos públicos, no aumento do crédito e nas políticas anticíclicas, na defesa de nossa indústria e da economia popular, na soberania enfim que o  Brasil conquistou ao ocupar seu lugar no mundo e não depender mais do FMI, de ordens do capital financeiro.

Não se pode propor que abramos mão do mercado interno


Nossa oposição diz que o crescimento não pode se dar a partir do consumo e do mercado interno, do crédito e dos gastos públicos, mas sim a partir do investimento. E clama contra o Custo Brasil. Mas, quando o nosso governo reduz os juros (o custo maior de nossa economia, basta ver nosso serviço da dívida interna e os spreads cobrados pelos bancos), o custo da energia e os impostos da produção, dos investimentos, e da exportação, quando nosso governo aprova políticas de defesa comercial e cambial, de estímulo ao conteúdo nacional e à inovação, esta mesma oposição diz que não basta. Isso, quando não se opõe, como fez com a redução da tarifa de energia.

Nossos oposicionistas gritam  que  é preciso investir mais, mas  na prática propõem reduzir os investimentos públicos e privados, e até mesmo a demanda, ao defenderem sempre e em quaisquer circunstâncias a alta dos juros, com os resultados que conhecemos em todo mundo: recessão e desemprego.

Mesmo a alegação correta  de que os custos do trabalho e de logística nos tiram competitividade, esconde a verdadeira questão no mundo hoje, que é a desvalorização administrada do câmbio pelos nossos competidores, e o real valorizado. Sem falar do nosso maior custo,  o financeiro, o  que pagamos de juros da dívida interna que querem porque querem subir e subir para domar a inflação já em queda e dentro da meta mais a banda.

Todos os países do mundo reduziram os juros


ImageAs exceções são o Brasil, o Egito e Gana. Tirando a China, que cresceu 1,6%, o Japão e a Coreia, que cresceram 0,9%, países como os Estados Unidos cresceram no 1º trimestre do ano como o Brasil, 0,6%. No Reino Unido e em Portugal o crescimento foi de 0,3%; e na República Federal da Alemanha e na Holanda, 0,1%. Já na própria União Europeia, o PIB foi negativo, de – 0,1%; na França de -0,2%; e na Itália e na Espanha, de -0,5%. Sem falar na dívida pública e no déficit da maioria desses países, e no desemprego na Europa e EUA.

Há uma queda do crescimento (de altos índices) em praticamente todos os países, começando pela China, Rússia, Índia e mesmo a área da Ásia-Pacifico. Desconhecer essa realidade e o impacto da recessão europeia, da queda do comércio mundial, e da guerra cambial em nossa economia, mais o impacto do declínio de nosso comércio com a Argentina só pode ter uma finalidade: escamotear, com fins políticos, os problemas enfrentados pelo nosso país e o nosso governo.

Não há solução a curto prazo para nossos problemas de infraestrutura e inovação e o governo vem fazendo a lição de casa nessas áreas. Jamais se investiu tanto na infraestrutura do país. Agora, com a retomada dos leilões de petróleo e gás, com  o programa de concessões e com o apoio cada vez maior à inovação, demos um passo importante para exatamente aumentar os investimentos e a produtividade.

Não há solução mágica para aumentar os investimentos


Eles vêm crescendo paulatinamente, tanto os públicos quanto os privados, sem falar no aumento ano a ano do Investimento Direto Externo (IDE). Mas propor resolver essas questões abandonando o rumo e o modelo que mudou o Brasil nesses últimos 10 anos é um suicídio e uma volta a um passado que a maioria dos brasileiros seguramente rejeitará e repudiará.

Ao contrário do que propõem nossos adversários - a direita conservadora  que sempre governou, e os que sempre ditaram regras aos governos, começando pelos barões da mídia -, o que nós precisamos é consolidar o modelo de desenvolvimento nacional que por três vezes nosso povo apoiou nas urnas. É a única forma de enfrentar a crise que o mundo atravessa e não cair no mesmo abismo que a Europa vive de desemprego e recessão, sem resolver seus problemas da dívida pública e dos déficits fiscais.